Resolvi escrever sobre o Brasil, mesmo antes do segundo amistoso de preparação para a Copa América da Argentina, e da divulgação da lista dos 22 jogadores, que vão disputar o torneio. O Brasil tenta o tri-campeonato.
Vale lembrar a Copa América começa no dia 01º de Julho.
Está claro que em dez meses no comando da seleção, Mano Menezes ainda não montou o seu time. Não o culpo, o tempo foi curto e os amistosos foram poucos.
Mas, a frente do Brasil, qualquer derrota pode ser motivo de fim da linha. Emerson Leão sabe bem disso.
O que Mano demonstra é que irá armar um time no 4-3-3, privilegiando os talentos de Ganso e Neymar. Se a minha leitura está certa, apoio o treinador inteiramente.
Sobre o futebol pouco vistoso no amistoso contra a Holanda no último sábado, não ligo muito.
Definitivamente não tenho grandes expectativas em amistosos da seleção.
Com um ou outro jogo de exceção (principalmente na era Dunga, quando o Brasil fez partidas fantásticas contra Itália e Argentina), os amistosos costumam ser ruins.
A culpa é da falta de treino. Por isso é importante o trabalho de construção do elenco, e da forma de jogar do time durante os quatro anos que antecedem a Copa.
Dunga fez isso. Errou no último passo, a convocação para a copa.
Como a seleção não tem elenco formado e nem padrão jogo definido, a opção é jogar a bola para o craque.
No primeiro tempo contra Holanda, Neymar recebeu poucas bolas. No segundo tempo, quando foi mais acionado, o Brasil melhorou e teve mais conclusões a gol.
No intervalo do jogo, pensei que o Santos era melhor que a seleção, pelo simples fato de “explorar” mais o talento de Neymar.
A seleção, é claro, tem um time muuuuuito melhor que o Santos, mas já é obvio que Robinho (e outros atacantes), são coadjuvantes de Neymar.
Essa dependência de um único atacante preocupa.
Pior que isso, é ser dependente no meio campo de P.H. Ganso, que há quase 1 ano, não consegue ter uma seqüência de jogos.
Neymar joga em alto nível há um ano e meio. Se irá conseguir jogar a mesma “bola” na Europa, é papo para outro post.
Estamos passando pela maior “seca” de talentos no ataque e meio campo.
Alexandre Pato será o titular da seleção. Acredito muito no trio Pato-Neymar-Robinho.
Mas sem um deles, quem entra? Fred? Nilmar? Hulk?
Ninguém desperta grande confiança.
Acho que Luis Fabiano merece mais uma chance. Precisa voltar a jogar (bem).
Luis Fabiano tem 43 gols com a camisa da Seleção.
A camisa 10 é pior. Sem Ganso, Mano escolheu Elano. Excelente jogador, inclusive para a seleção, mas não tem o talento de Ganso.
Quando apareceu no Santos, Elano já era coadjuvante. Depois de quase dez anos, ele virou o dono da camisa da 10 da seleção brasileira? Não.
Jadson e Thiago Neves são bons jogadores de times. Na seleção, não dá.
Vejo muita gente criticando Elano. Entre os convocados, ele é o melhor.
Talvez seja a hora de Mano Menezes começar a colocar a mão na massa.
Ele já tem que projetar o grupo para 2014.
Na função de meio-campo, cérebro do time, o jogador que liga o meio campo ao ataque, na ausência de Ganso, é melhor apostar em quem a gente sabe que tem talento de sobra.
Chegou à hora de resgatar Ronaldinho e Kaká.
O primeiro, jogando no Brasil, pode voltar a ser, o que já foi, com a camisa da seleção, e motivado a ganhar uma copa no seu país.
O segundo, finalmente livre de contusões, que o fizeram jogar com 50% da condição física na Copa da África do Sul, tem talento de sobra para ser o camisa 10.
Melhor que apostar em Thiagos Neves e Jadsons da vida.
Imagina o time: Julio César, Daniel Alves, Lúcio (hoje vi uma pessoa falando que ele não teria condições de jogar em 2014, aff), Thiago Silva e Marcelo (abre o olho Mano); Ramirez, Hernanes (abre o olho Mano), Ganso e Kaká; Neymar e Pato.
Teríamos ainda no banco, Ronaldinho Gaúcho, Robinho, Elano, David Luiz, Maicon, Sandro e outros. Uma boa mescla de juventude e experiência.
Montar uma base é importante. Mas se assegurar no cargo até a Copa do Mundo, é questão de sobrevivência.
Que Mano Menezes, mesmo com convocações equivocadas, aposte no talento.
A Copa América será o teste.
Será que ele sobrevive?
Sem vitórias contra grandes seleções, a Copa América
pode ser o verdadeiro teste de Mano Menezes
Em tempo: Se o amistoso contra a Holanda valia pouco, imagina o jogo de hoje. Terça a noite, despedida de Ronaldo, contra a Romênia!
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